Revisão por Bruno Pinsuti Berrino

 RESPIRAÇÃO E ALMA

 

Respiração, ar: mecanismo e união obrigatória para um corpo que vive.

Mecanismo que traz consigo uma cadeia de consequências físicas para manter os sentidos acordados e permitir ao cérebro adquirir informação, processar pensamentos e programar relações.

E depois? Outras necessidades tomam conta onde predomina a exploração do próprio mundo interior; a observação de que a realidade física sofreu transformações e está à espera de ser reelaborada, corrigida, adaptada através de um processo de reflexão. Um processo laborioso porque uma resistência ou uma espécie de diafragma protege o que é produzido pelo sensível … do não sensível.

Uma técnica para abrir uma brecha nesse diafragma é oferecida pela respiração holotrópica: a alteração do ritmo respiratório permite ao cérebro variar, alargar a elaboração de conteúdos antigos e recentes dos quais é o guardião. Experiências respiratórias que por breves momentos deixam transparecer visões e intuições impalpáveis que só podem ser avaliadas com os olhos da alma.

A alma: a mente à qual estes flashes de consciência e conhecimento fluem, é induzida na prática a procurar uma possível aliança de apoio com esta entidade que está para além dos sentidos e à qual durante séculos muitos têm confiado uma tarefa de supervisão. A partir de tal necessidade começou e continua a investigação filosófica e espiritual para a confirmar e prosseguir em direcção da aterragem para o não efémero e infinito.

Infelizmente, a satisfação de entrar concretamente em contacto com o infinito só acontecerá quando os sentidos deixarem de alimentar os desejos e a posse de coisas físicas. Apenas o desejo de participar ao vasto e misterioso mundo, alèm dos nossos sentidos, permanecerá ativo.

Um obrigado e um desejo de bom trabalho à Dra. Virginia Salles que, com o estudo e aplicação da respiração holotrópica, tenta aproximar-se e aproximar-nos da dimensão do infinito, melhorando os valores do mundo interior, e consequentemente também a capacidade de perceber possíveis sinais da alma.

Bruno Pinsuti Berrino